domingo, 30 de março de 2008

DITA ET AMBULA: SETEMBRO 2007 (Galeria Conviv´Art)

Uma luz se acende. E nela vejo a luz interior humana, seus problemas e seus limites. Este (o humano) tem prazo de validade (sua morte) e data de fabricação (do ventre), seu atestado, seu certificado, está vivo. Operante de um cotidiano de trabalho, de deveres e direitos. Livre para o seu cabresto, do sistema. Sua luz, sua força. O dever de alimentar e ser alimentado. A experimentação de uma liberdade “não-cabrestária”. Uma fuga. Uma prisão. A morte. Geração (nascimento). Gerações. O cotidiano, o ciclo biológico do nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. Como animal não racional, como máquina e seu desgaste. Sua luz interior? Suas manifestações e expressões? Seus anseios? Seus sonhos? O que deixarás para o amanhã? O caos queimará tudo, até a memória de um povo? MANDA E CAMINHA.

Antes da Performance

VITAE (depois da performance)

Vista da exposição

Vista da exposição

Vista da exposição

Vista da exposição

MORTIS


MORTIS (detalhe)

MORTIS (detalhe)

VITAE

Habitat Dadaísta

Desgaste (Em direção a MORTIS)

VITAE: Estudos para Exposição de Setembro de 2007 (Galeria Conviv´Art)

Para compor o espaço da exposição, pensei em contrapor a Morte (MORTIS - uma parede completa forrada de atestados de óbito) com algo que remetesse a vida (VITAE), e nada mais contrapositor do que atestados de nascimento. Colocando o espactador tanto em contraposição destes elementos, mas propondo uma relação espaço-tempo onde o espectador estaria entre a vida e a morte. O suporte estava quase completo, faltava o principal: a imagem. Pensei em dar uma uniformidade a toda a exposição, escolhendo elementos comuns entre todas (com elementos de estêncil). O processo de reflexão foi imediato. Precisava de uma imagem que mesmo sofrida remetesse a vida, lembrei-me da história de Frida Kahlo (por outras coisas também...) pessoa que sofreu uma grande restrição em sua vida, o seu marido Diego Riviera, e logo uma imagem me veio a mente os corações pulsantes, vermelhos vivos (e vermelho é vida) e os sagrados corações... Mas mesmo na vida a morte continua em sua espreita (mas a morte também não pode ser uma libertação, nestes casos - o de Frida e do Jesus?) : liberdade negra e alada, pássaros.

MORTIS: Estudos para Exposição de Setembro de 2007 (Galeria Conviv´Art)






Início dos estudos para a exposição DITA ET AMBULA (fevereiro de 2007), partindo da modificação de uma foto, obtive esta imagem que me remeteu aos presos e exilados políticos do período da Ditadura Militar (não só...), concomitante a audição copiosa do CD Tropicália (ou PANIS ET CIRCENSIS - ao qual intitulei outra obra). Construi um estêncil (molde vazado) e iniciei os trabalhos de impressão sobre papel. Papel este que foi cooptado de uma exposição na Pinacoteca do Estado, onde o artista dialogava com o público e este retribuia com a morte de alguém (escrevendo um atestado de óbito)... 400 cópias, que me renderam muitas risadas... e situações embaraçosas para os "copistas"... Esses 400 papéis foram previamente envelhecidos com café e depois impressos com a imagem escolhida... A escolha da temática surgiu devido ao estudo do período da Ditadura, enquanto produção artística e histórias de família que me ajudaram a compor, a fazer o projeto e a exposição, posteriormente.


Mas este impulso para fazer um estêncil veio da observação da arte protesto e suas formas (materiais): estêncil, lambe-lambe, graffiti...

Música 2007 Fotografia

Onde está a música? Ritmo, chaves sonoras, blocos sonoros e ruídos. Pentagrama, ligaduras e clusters sonoros onde circula a energia, confabulando a música-energia...

al fine

barra de compasso com mudança de armadura e intensidade

próximo compasso

Redução ao Infinitesimail Pedinte

Partindo de uma fotografia, a redução progressiva e a multiplicação do "eu" como forma de "auto-anonimatização". Largando das premissas e desejos de "celebrização" praticada por programas de gosto duvidoso e de fama ilusória. Um pedinte público de fama e notoriedade, afogado pelo anonimato da venda de flores de chocolate. Todos passam até os que não imaginam que poderam ser este...

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Musicalismo e Trabalhos afins...

Musicalismo


O encontro das artes
A relação entre pintura e outros meios de expressão - como a música, o teatro, o balé, a arquitetura - vem ocorrendo continuamente na História da Arte. Essa relação parece mais acentuada no século XX, com as experiências realizadas principalmente nas artes cênicas e musicais.

Se, na Renascença os grandes mestres idealizavam suas obras como composições de sutil musicalidade, neste século alguns dos maiores nomes das artes plásticas, do palco e da música uniram seus talentos para criar espetáculos envolventes, repletos de magia, colorido e sonoridade. Nesse esforço encontra-se, por exemplo, Kandinsky e Mussorgsky, Picabia e Satie, Picasso e Stravinsky, Matisse e Chostakovitch, entre muitos outros.
A profunda relação que existe entre as artes foi particularmente sentida por alguns pintores. Por isso, com a mesma ousadia demonstrada em suas telas, não hesitam em criar para outros setores.


O som da pintura

Em 1932, baseados em pesquisas de caráter psicológico, o pintor francês Henri Valensi (1883-1960) criou o Musicalismo. Trata-se de um movimento estético que atribui grande importância à "ordem espiritual" e considera a música como arte maior. Segundo Valensi, todos os pintores e os artistas em geral deveriam extrair da música não os temas, mas o "estado de espírito".
Em seu Ensaio sobre a Ressonância Sentimental das Cores, publicado em 1955, Valensi afirma que "o vermelho sugere força e violência; o azul, tranqüilidade e repouso; o violeta, tristeza". Mas, como em qualquer obra de arte, cada detalhe é semp
re marcado pela vibração pessoal do autor, desde o primeiro instante.


Uma relação direta e indireta

Os cenários de Kandisky para a apresentação de Quadros de uma Exposição (um conjunto de peças curtas para piano composta por Mussorgsky e depois orquestrado por Maurice Ravel) e os quadros A Música é como a Pintura, de Francis Picabia (1879-19
53) e Victory Boogie-Woogie, de Piet Modrian (1872-1944), são três exemplos de relação direta e indireta entre a pintura e a música.
Para Kandisky, a experiência significou a realização de um velho sonho: a descoberta das secretas analogias entre cor e som, elementos qu chegam diretamente ao espírito para fazê-lo vibrar. O artista queria conduzir a pintura à condição abstrata da música, libertando da realidade foras e cores, para que ecoasse o "som interior".
Picabia, por sua vez, quando esteve em Nova York (1913 e 14915), foi seduzido pelos ritmos e cores da grande cidade, inspirado-se neles para uma série de pinturas. Em 1924, o artista criaria o argumento e os cenários de Repouso, "balé intantaneísta em dois atos e um entreato cinematográfico", espetáculo montado em Estocolmo pelos Balés Suecos. Segundo o pintor, "Repouso é um movimento sem fim...O espaço que nos
sa imaginação gosta de percorrer". Por isso, elaborou um fundo de discos dourados e luminosos a encolvr os bailarinos.
O holandês Mondrian também se apaixonou por Nova York e pela música norte-americana: "considero a intenção do verdadeiro boogie-woogie idêntica à minha pintura: destruição da melodia que é equivalente à destruição da aparência natural e construção através do contraste permanente de meios puros - o ritmo dinâmico. Acho que o elemento destrutivo é demasiadamente negligenciado na arte". Nos últimos quadros que pintou, é possível sentir o ritmo sincopado do jazz e asa luzes coloridas da Broadway.

Extraído do Livro TÉCNICAS DOS GRANDES MESTRES Desenho e Pintura, ed. Nova Cultural; 1986 - pg.234-235

François Picabia (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
Fonte: HISTÓRIA DA ARTE.COM.BR Disponível em: acesso em 30 mar. 2008
A Música é como a Pintura

(Fonte: http://www.germinaliteratura.com.br/valerio_oliveira.htm)



O amor por Nova York e pelo jazz e
stá presente em Victory Boogie-Woogie, de Piet Mondrian (1943/44, óleo e papel colorido sobre tela - 126x126 cm- Col. Burton Tremaine, Meriden).

Fonte:http://www.minbuza.nl/en/welcome/pictures,gal_kunstencultuur.html?page=17&photo=detail


Trabalhos Afins...

Esse tema é recorrente em meus trabalhos. Iniciei o estudo em Teoria da Música e Canto Lírico na Escola de Música da UFRN, no ano de 2000, e participei do Ateliê de Art
es do CEFET-RN sob a orientação de David Júnior (mas sensibilizado inicialmente por Marli Melo) no ano de 2003. E como musicista participei de vários coros da cidade onde pude conhecer e lidar com os conhecimentos adquiridos na Universidade. E praticados posteriormente na visualidade dos trabalhos, lidando com o pentagrama, notas e a propagação do som no espaço. Construtivismo, também... Influências da arquitetura...











Círculo e Linhas
1998, óleo sobre tela, 20x40cm






















O Belo e a Essência na Jaula (sob o fio da Liberdade)

2003, Óleo sobre Tela,63x45cm





























Dimensões
2004, óleo sobre tela, 20x69cm















Café Clube (Xícara Fumegante)
2004, óleo sobre tela, 80x50cm

















Mater (e a minha essência)
2004, óleo sobre tela, 90x60cm

















Inocência (a minha irmã Ana Luiza)
2004, acrílica e óleo sobre tela, 68x68cm























Muriú Um - Marinha Musicalista
2005, óleo e acrílica sobre tela




























Feiticeiros do Riso
2006, acrílica e óleo sobre
tela, 40x120 cm











TRABALHO PARTICIPANTE DA V MOSTRA DE ARTES DO CCSA-UFRN

Sorria, Meu Bem, Sorria!!! (1)

2007, acrílica sobre tela, 40x50cm












TRABALHO PARTICIPANTE DA V MOSTRA DE ARTES DO CCSA-UFRN

Sorria, Meu Bem, Sorria!!! (2)

2007, acrílica sobre tela, 40x50cm














Som Visceral
2007, Óleo e
Acrílica sobre tela, 80x50cm

















Pianista Urbano (Dedos na Melodia Urbana)
2007, óleo e acrílica sobre tela, 70x60cm













Mangue-BEAT
2007, óleo sobre tela, 60x80cm