quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Novos Horizontes em Branco


Escadarias em Serralves
Traçar planos é sempre contar com a previsibilidade temporal. Assim que tracei a linha desta "jornada". Não sabia se me lançava, mas de última hora me lancei. Estava em azuis encontros performáticos e já estava desistindo de me projetar rumo a "novidade". Mas, cá estou. No. 320 dos inscritos, sem muitas esperanças... Fui selecionado. Um dos primeiros. Papéis e mais papéis a serem preenchidos. Cadernetas a serem solicitadas. Carimbos. Reconhecimentos. Cartórios. Burocracia e dinheiro. Rumo incerto. Papéis providenciados, carimbados, reconhecidos e pagos, e tudo já estava pronto. Passagens compradas de ida e volta. E eu em frangalhos... Parti sem choro. Parti rumo ao encontro comigo mesmo. Com a convicção de que aprenderia muito, que encontraria problemas e com eles as soluções. Chegar não foi tão fácil. Dois aviões. Viagens de 8 horas. Comida pouca e filas para carimbar as cadernetas. Grandes aeroportos. "Com licença", "por favor", "onde pego o avião para...". Chego. Em um aeroporto muito pouco frequentado. Pessoas esperam seus parentes com placas e nomes escritos. Procuro alguém, em vão... Não há ninguém a minha espera. Passo por todos procuro um táxi e sigo ao albergue: Oporto Poets Hostel. Uma experiência nova. Conviver com pessoas sob o mesmo espaço. Pessoas andantes. Russos, Belgas, Americanos... Todos se comunicam em inglês... e eu, nada. Só a rir e cumprimentar. Sem muitas linhas de conversas. Na bagagem pouca coisa, pouca roupa, mas a verdade de que tudo haveria de mudar, se para melhor, não sei... Na mala trago dois presentes. Um de Célia Albuquerque para a artista Luísa Gonçalves e outro para uma amiga de Elidete Alencar, Sheila. Passo os dias a caminhar pela cidade. Deixo a ponta do fio no albergue e saio desenrolando pela cidade, tenho medo de me perder. Andar e voltar para lugares conhecidos. Andar a pé. Calças são obrigatórias. Sinto frio, mas uma calma que não sentia. A cidade, mais que centenária, parece abraçar todos que aqui chegam, com sua paz e seu patrimônio arquitetônico ímpar. Mãe de nossa pátria, mas que parece, ainda, resguardar aspectos coloniais em sua sociedade. Uma cidade cheia de velhos. Um país que há pouco tempo se converteu a União Européia e que vive uma crise econômica noticiada nos jornais diariamente. Jornais de papel de graça, distribuídos pelas ruas. Fumaça: churrasquinho? Não. Castanhas assadas e a rua de Santa Catarina colorida com todos os tons de pele e todas as línguas em uma "Geléia Geral" que nem Gilberto Gil e Caetano pensavam. A informação não está só no jornal, as pessoas sabem de cor o nome de todas as ruas e estão sempredispostos a dar informação (de alguma forma tem alguns mal-humorados, mas são poucos). Caminhos percorridos. Uma semana no albergue, com suas cores e sotaques, seus sons e suas comidas... Mas é necessária a mudança. Não é possível pagar por diárias, melhor pagar mensalidades. Vou a Reitoria da Universidade do Porto e depois a Faculdade de Belas Artes para a matrícula em disciplinas. Papelada pronta. Busca já! Entrega de encomendas e saídas. Rua de Miguel Bombarda, Museus...
(continua...)

Chistopher Wool, Serralves, Porto






CHRISTOPHER WOOL
22 Nov 2008 - 15 Mar 2009
Fundação Serralves
Christopher Wool é um pintor altamente considerado pertencente à geração intermédia que, desde os anos 1980, explora de formas inovadoras e inéditas as principais preocupações da pintura: as relações entre o plano do quadro e as formas a ele aplicadas, os contrastes de cor entre o preto e o branco, o pictórico e o gráfico, o único e o reproduzido. A exposição do artista em Serralves acompanha a migração da imagística abstracta por diferentes meios de representação, nomeadamente a pintura livre e a serigrafia.
Comissário: Ulrich Loock e Julia Friedrich
Co-produção: Fundação de Serralves, Porto e Museum Ludwig, Köln
(texto retirado do site da Fundação)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Museu de Arte Sacra da/e Igreja de São Francisco













Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu das Catacumbas

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra

Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira
MUSEU SERRALVES
12 Jul - 02 Nov 2008
Esta primeira mostra do trabalho do cineasta no formato expositivo centrar-se-á no modo como Manoel de Oliveira reinventou o cinema através de uma linguagem que lhe é única. Paralelamente está programado um ciclo de cinema, onde serão exibidos no Auditório do Museu de Serralves todos os filmes que Manoel de Oliveira realizou até ao momento. (texto da mostra)










RETROSPECTIVA JUAN MUÑOZ

JUAN MUNÕZ: UMA RETROSPECTIVA
Museu Serralves
01 Nov de 2008 a 18 de Jan de 2009









































DIÁRIO DE NOTÍCIAS (31.10.2008) - Por estes dias, Serralves é um palco. A exposição Juan Muñoz: Uma Retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea, faz do visitante um espectador e um actor, passageiro ambivalente do dito palco. A apetência do artista espanhol (1953-2001) pela figura, frequentemente de inspiração humana, não é alheia a isso, a essa provocação de pôr o suposto observador, também, do outro lado do espelho.A escala, no equilibrar e desequilibrar da relação obra-apreciador, é um elemento decisivo, com o qual Muñoz "brinca" a seu bel-prazer. Logo a abrir o corredor do percurso expositivo, explicitam-no pequenas varandas distribuídas pela parede junto a um letreiro de "hotel". O "transeunte" sente-se numa rua, de algum modo condicionado, na sua liberdade sensorial, pela situação cimeira das varandas - que, aí, não estão sequer ocupadas, dispensam esculturas de forma humana por dentro.As gerações conceptuais já tinham declarado a morte da "personificação" da matéria esculpida quando o artista espanhol, ele sim precocemente morto, a ressuscitou com nova e nobre pertinência. Em termos artísticos, Muñoz é um filho da democracia, um dos primeiros no seu país, cujas tradições pictóricas, literárias, teatrais, cinematográficas e outras evoca abertamente, ainda que sujeitas à tensão grito/silêncio omnipresente nas suas propostas.Por incluir obras-chave de todos os aspectos do trabalho de Juan Muñoz (escultura, instalação, desenho, som), por chegar a Serralves vinda de museus como a Tate Modern, de Londres (que co-produz, com a instituição portuense e a Sociedade Estatal para a Acção Cultural Exterior de Espanha) e o Guggenheim, de Bilbao, a exposição já seria uma "imposição". É-o, no entanto, também literalmente, ou não fosse a ambiguidade a sua matriz.