terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Impressões e Crítica

Jardim da Faculdade, Hoje (11h40m)

Jardim da Faculdade, Hoje (11h40m)

Jardim da Faculdade, Hoje (11h40m)

Jardim da Faculdade, Hoje (11h40m)

Última aula de Crítica de Arte: Professor Helder Gomes a receber trabalhos de uma aluna)

Professor a chamar um a um e falar sobre os aspectos do ensaio crítico desenvolvidos

De pé: Carolina; com a mão levantada: Leonor; e tentando não aparecer na foto: Marta.


Quinze dias para o final do semestre. Interessante como essa semana, na segunda, me bateu um clima de despedida. Olhar todo o cenário ao qual participo(ei) e me ver quando iniciei tudo isso. Lembrei de quando cheguei no primeiro dia de aula (Crítica de Arte) e vi a imensidão de pessoas a frente, na escadaria. Me vi pequeno e com medo. Talvez o vermelho tivesse predominado meu semblante. Lembro de não frequentar a cantina, sempre cheia de pessoas, com medo ou vergonha. E hoje me pergunto vergonha de quê? Construi laços de amizade e estabeleci um fio que me guiará daqui a frente. Daqui ao desconhecido, a um novo começo. Observar-me envergonhado e ser o "Leâozinho" da Cantina, ou o "Marciano". "Leãozinho": em uma festa dos alunos de Escultura, no Pavilhão de Escultura, todos estavamos a beber e o churrasco de "febras", em um dia frio, todos se viram para Fernanda (uma amiga carioca) e perguntam "tem lume", eu espantado com a sutileza falei "se fosse no Brasil pediriam fogo, tens fogo (?)", viraram para mim e com um gesto fizeram-me "tigrão". Festas animadas. Por aqui, bebe-se na Faculdade. Cerveja, vodca... e isso é encarado de forma natural. O frio pede... "MARCIANO": Leonor ao se espantar com meu sobrenome tratou logo de me apelidar, e eu a ela de "Lagartixa" uma vez que ela mora em Paredes (hunrum! bom trocadilho). No momento experimento uma certa liberdade, todos os trabalhos já estão feitos e na próxima semana apresento o de Obra Gráfica no Museu da Universidade juntamente com alguns alunos da disciplinas. Sinto-me mais calmo e com uma inquietante certeza de que hei de deixar muito por esse solo. Hei de sentir saudade... semelhante a quando vim para cá. De coisas inconclusas do sentimento de falta. Saudade. Volto a fumar, coisa que fiz muito antes de vir. Artistas não servem para viver muito, eu sei(!), e tenho não me importado muito com o tempo. Tenho-o desperdiçado, tem escorrido pelos dedos e eu a me ver, a recordar.
Depois de uma sucessão de caminhos equivocados na disciplina de Crítica de Arte, finalmente um "A" e a certeza de que não sairei daqui com mais de dezesete valores (nota do melhor aluno da disciplina que fez um trabalho de 50 páginas, desconfio...), mas o que aprendi por cá me norteará em tudo o que fizer...
Ao sair da sala de aula, me deparo com coisas que nunca havia "avistado" antes: uma chuva de granizo. Pedras redondas de gelo a tornar a paisagem branca, parece sal... Mas que rápido dissolve-se. Céu cinza entrecortado por gotas de chuva e pedras brancas. Sentirei falta de tudo isso.
Voltarei ao meu lugar, minha terra e a minha Universidade e sentirei falta de tudo isso...
A saudade me bate com uma dualidade espacial e temporal, sinto falta dos que deixei e irei de sentir falta dos que estão por cá.
Não traço mais planos, deixo o desenrolar do fio me guiar...

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