quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ave Maria do Santíssimo!!!










Sempre tive um fascínio muito grande pela cultura popular e suas manifestações. Dona Militana, Maria do Santíssimo, são resquícios de uma produção que nos conectam a produção colonial de arte. Quando tudo nos parece fugir de nossa essência elas continuam firmes em seus versos e suas imagens. Me motivam a continuar e a produzir. Acima, uma série de aguarelas e desenhos a nanquím com pincel de sumiê sobre os trabalhos de Maria do Santíssimo. Uma leitura sobre sua imagética e a produção de alguns novos significados. É uma série de aguarelas-postais: te envio o que está perto de ti e não conheces e/ou te envio o que está perto de mim e longe de ti em minha memória visual. PUTZ! Preciso criar um conceito...!


Maria do Santíssimo (texto extraído)
Natural de São Vicente/RN, região do Seridó, Maria Antônia do Santíssimo nasceu em 21 de dezembro de 1890 e faleceu em 4 de dezembro de 1974. Chegou a ser reconhecida nacionalmente, como uma das mais autênticas pintoras populares do Brasil. Iniciou-se na pintura aos 9 anos, desenvolvendo uma temática sempre constante, formada pela flora e por animais, cujos trabalhos passaram a integrar o cotidiano do sertão, ora estampados na face interna das tampas dos velhos baús de pregarias, ora nas camarinhas das casas sertanejas, em oratórios e paredes das salas de visita dos coronéis da região.
Contam que seu marido, o Sr. João Antonio de Maria, lançou-se comerciante vendendo as pinturas produzidas por Maria Santíssimo, em cada vila do interior por onde passava. Maria do Santíssimo recusou o papel cançon e a tinta guache que lhe ofereceram, porque, para ela, todo o sentido dos seus trabalhos, das formas dos galos, cajus, pavões e roseiras, somente se fixaria na anilina e no papel mais simples. De suas pinturas emergiam a vida e seu cotidiano. "Os burros eram lembranças dos cavalinhos de carrossel, ingenuamente amarrados pelos arreios aos troncos das espirradeiras. Os melindres, pequenos galhos de uma plantinha doméstica criada em vasos, chamada alfinete, colocados nos cantos dos desenhos para complementar o equilíbrio das composições, pareciam penas-de-escrever, brilhando em verde. Sua temática floral registrava o conhecimento de sua flora de canto de muro: cravinas, cravos, malvões, espirradeiras, boas-noites e dessas flores de papel para enfeite dos santos nos altares, oratórios ou nas procissões de festas", registra Iaperi Araújo. Em sua homenagem, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e a Fundação José Augusto criaram os prêmios de pintura "Maria do Santíssimo", hoje, desativados. A Prefeitura Municipal de São Vicente deu seu nome à Biblioteca Pública da cidade. A pintora consta como verbete dos seguintes livros: Aspectos de Pintura Primitiva Brasileira, de Flávio Aquino (Spala, Rio, 1978); Dicionário dos Artistas Plásticos do Brasil, de Carlos Cavalcanti (Ed. MEC/FUNARTE, Rio); Dicionário das Artes Plásticas no Brasil, de Roberto Pontual (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 1971); Enciclopédia Delta Larousse; Festas Brasileiras por seus artistas, de Geraldo Edson de Andrade (Spala, Rio, 1980); e Maria do Santíssimo - uma pintora popular, de Iaperi Araújo (Ed. Gráfica Manimbu, 1966 e Editora Universitária, 2é edição, 1981). EXPOSIÇÕES REALIZADAS· Exposição Individual na Galeria Villa-Flor, em Natal (1968) · Exposição Individual na Galeria Renascença, em Natal (1970) · Exposição na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro (1970) · Trienal de Pintura Primitiva, em Bratislava, na Tchecoslováquia (1973) · Salão de Verão do Jornal do Brasil, no MAM/RIO (1974) · Exposição na Galeria Rodrigo Melo Franco, na FUNARTE/Rio (1979) Fonte:"Cidade de São Vicente - Vida e Memória" Luís da Câmara Cascudo, Iaperi Araújo, Iaponan Soares e José Lívio Dantas EDUFRN (1997)
Este é um dos maiores valores das Artes da cidade de São Vicente / RN. (Fonte: http://seridozunzum.blogspot.com/2007/10/maria-do-santssimo-natural-de-so.html)

Maria do Santíssimo, a arte primitiva e bela
(texto extraído)
Pintora primitivista que jamais compreendeu a importância e o alcance de sua obra, Maria Antônia do Santíssimo nasceu em São Vicente, RN, em 1890, e faleceu no mesmo município da região seridoense, em 1974. Pobre, de hábitos simples, era voltada para as prendas domésticas, sem vislumbrar par ao seu futuro nada além da cerca-viva, da paisagem de xique-siques, dos açudes castigados pela estiagem. Pintava desde criança, inspirando-se na fauna e na flora da região. Fabricava seus pincéis a partir de palitos da folha do coqueiro e pintava com anilina sobre cartões simples. Os temas brotavam de vivências e lembranças recriadas por sua imaginação, em traços simples e de muita pureza. São galos, pavões, pequenos animais domésticos, cajueiros, flores e frutos do sertão, tudo com o toque mágico de sua arte. Em 1962, sem jamais sair de sua terra natal, Maria do Santíssimo viu sua carreira ganhar um grande impulso, graças ao pintor Iaponi Araújo. Até então, os quadros da pintora estavam restritos a pequenos oratórios, a velhos baús e mesmo a paredes da sala de alguns coronéis da região. O seu marchand, tão primitivo quanto ela, era o marido João Inácio. Com o apoio de Iaponi Araújo, artista sensível e também seridoense, os principais centros de arte do país começaram a conhecer a obra de Maria do Santíssimo. A partir dos 72 anos de idade, Santíssimo saiu do anonimato par ater sua arte vista, elogiada, consagrada como uma das melhores do país. Seus trabalhos foram exibidos em grandes museus brasileiros e na Trienal da Pintura Primitiva de Bratislava, Tchecoslováquia. Tem obras no acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo, no Museu do Folclore do Rio de Janeiro, no Palácio do Itamarati, em Brasília, e no Museu de Pintura Primitiva de Assis, em São Paulo. Faz parte do Dicionário de Pintores Brasileiros, com verbete escrito pelo crítico Clarival de Prado Valladares, que ressalta: “Artista genuína que transfigura rosas, cajus, aves e cravos em elementos abstratos, com a versatilidade e o deslumbramento de um caleidoscópio.” Maria do Santíssimo, imortalizada por sua arte primitiva e bela, deixou de pintar aos 83 anos de idade, um ano antes de sua morte.
(fonte: http://www.senado.gov.br/web/senador/garibaldi/santiss.asp)

3 comentários:

  1. - Essas informações foram - me muito uteis =)

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  2. Gosto muito desse seu trabalho.Gostaria de conversar melhor contigo a respeito dele.

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  3. Eu gostaria que essas informações fossem úteis fora da escola ��

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